Tornozeleiras e braceletes do material também viraram moda entre as mamães, mas seu uso é contraindicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e por agência reguladora dos EUA.

Ele está no pescoço dos filhos de muitas artistas e personalidades famosas. O colar de âmbar entrou para o hall de itens que muitos bebês têm utilizado para tentar aliviar o desconforto no período de nascimento da dentição. Entretanto, não há comprovação científica de que a substância contida no adereço realmente funcione e amenize a dor e o inchaço da gengiva dos pequenos. 

Algumas pessoas acreditam que, quando o âmbar é aquecido por estar em contato com a pele, ele liberaria diminutas quantidades de ácido succínico – elemento que apresentaria efeito anti-inflamatório. Para a professora de odontopediatria da Universidade de São Paulo (USP), o acessório trata mais a angústia das mães do que a dor dos bebês. 

— Escutamos algumas mães dizerem que o colar de âmbar funciona, que ele traria benefício no momento da erupção dos dentes das crianças, mas não há evidência científica de que ele funcione. É mais um efeito placebo nas mães, que ficam mais tranquilas por terem nas mãos uma “solução” para o problema — diz Mariana. 

A odontopediatra alerta que a Sociedade Brasileira de Pediatria e a American Academy of Pediatrics, dos Estados Unidos, posicionaram-se contra o uso do adereço. Em nota publicada, a Food and Drug Administration (FAD), também dos EUA,  reiterou que o item não deve ser utilizado, porque a entidade já recebeu relatos de morte por estrangulamento e engasgamento (no caso de crianças que romperam o colar e colocaram as bolinhas de âmbar na boca).

 — Sabemos que os colares se tornaram populares entre pais que desejam proporcionar alívio aos bebês com dor de dente e estimular crianças com necessidades especiais. Mas estamos preocupados com os riscos que temos observado em relação a esses produtos e queremos alertar os pais que esse tipo de colar coloca os pequenos, incluindo os com necessidades especiais, em grande risco de perigo e de morte — afirmou Scott Gottlieb, comissário da FDA.    

 

O que fazer para aliviar a dor? 

A dentição das crianças começa a nascer por volta dos seis meses. Neste período, elas ficam mais irritadiças, podem aumentar a produção de saliva e dão início à fase oral, ou seja, colocam objetos na boca e podem apresentar febre leve. A professora da USP destaca que, neste momento, o aconselhado é que os pequenos utilizem mordedores. 

— Atualmente, existem modelos de mordedores com uma espécie de gel interno que podem ser colocados na geladeira. Quando gelados, eles ajudam a diminuir a coceira que os bebês sentem nesta fase — diz Mariana. 

A especialista ressalta também que, a partir do nascimento do primeiro dentinho, a criança precisa começar o processo de escovação. O aconselhado é que se utilize uma escova de dente com cabeça pequena, cerdas macias e uma pontinha de pasta com flúor, porque ela inibe o surgimento de cárie.

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