Já dizia o ditado, que saúde começa pela boca! E como hoje é dia do Nutricionista, a matéria do Blog vai falar sobre como vocês dentistas devem estar atentos aos problemas bucais que se originam na alimentação.
Todos já sabem que os hábitos alimentares interferem fortemente na saúde bucal. Por isso, é preciso conhecer a dieta de cada paciente a fim de orientá-lo corretamente quanto a alimentação e hábitos de higiene oral adequados, afinal conhecer melhor seu paciente lhe ajudará não apenas a estabelecer um plano de tratamento mais adequado, mas dará a possibilidade de agir de forma preventiva, ajudando o paciente a manter a saúde bucal em dia.
Para começar é preciso lembrar que são muitas as variáveis envolvidas na dieta e que influenciam a saúde bucal. Portanto, hoje vamos falar sobre algumas delas e sobre como orientar os pacientes da melhor forma.
Nutrição refere-se ao processo biológico no qual os organismos vivos utilizam alimentos para assimilar os nutrientes e assim realizar suas funções vitais. Em geral, podemos dizer que uma dieta de alto valor nutricional contribui para a manutenção de uma boa saúde, pois diminui os riscos de determinados tipos de doenças e aumenta a qualidade de vida.
Odontopediatria
No caso das crianças, a nutrição adequada permitirá o correto desenvolvimento estomatognático, pois os tecidos dentários ainda estão em formação. Por isso, em especial nesta idade, a alimentação irá influenciar diretamente no desenvolvimento de tecidos e órgãos.
Nesta faixa etária os problemas mais comuns são a desnutrição – causada pela falta de alimentação, ou a falta de determinados nutrientes na dieta –, e o excesso de açúcares sem a higienização adequada.
No caso da desnutrição na infância, ela poderá limitar o desenvolvimento do corpo da criança como um todo, podendo causar danos a estrutura dental, por isso, deve-se incentivá-las a terem uma alimentação de rico valor nutricional.
Além de ser nutritiva a dieta precisa ser feita com o alimento em sua forma correta, por exemplo, para ingerir alimentos crus, duros, e fibrosos a criança terá que promover uma melhor mastigação, e assim seu desenvolvimento ósseo e muscular será melhor, sem contar que este tipo de alimento estimula a salivação.
No caso dos alimentos mais pastosos ou muito macios, o efeito pode ser o contrário, por isso, quando o bebê inicia a alimentação sólida, é importante introduzir alimentos amassados e não demasiadamente líquidos, pois a falta de mastigação poderá prejudicar o desenvolvimento estomatognático da criança.
O outro problema comumente encontrado na dieta infantil é o excesso de alimentos açucarados com baixo valor nutricional, que em geral possuem a característica de serem demasiadamente adesivos. Estes alimentos aderem à superfície do dente dificultando a higienização adequada. Sem a limpeza adequada, estas substancias acabam ficando muito tempo na boca da criança, permitindo o desenvolvimento de cáries e outras lesões.
Vale lembrar os pais que é importante ficar de olho nos rótulos, e que estes açúcares tão prejudiciais à saúde dos pequenos podem estar descritos de diferentes formas na tabela nutricional dos alimentos, como xarope de glicose, lactose, sacarose, frutose, dextrose, maltodextrina, extrato de malte, xarope de milho, açúcar invertido, entre outros.
Para as crianças, outra dica interessante é inserir horários de comer bem definidos para que os pais ou cuidadores possam acompanhar de perto a higiene oral. Para auxiliar os pais, alguns odontopediatras recomendam o uso de um diário alimentar como uma forma de criar um tratamento preventivo. Nele os pais precisam anotar cada alimento que o filho come, bem como o horário da refeição e a quantidade ingerida.
O diário ajuda o profissional a avaliar o risco da criança desenvolver a cárie, baseado na alimentação dos pequenos, e assim consegue avaliar qual o melhor plano de tratamento individualizado a seguir.
Gestação
Outra condição bem comum é o da gestante, que por passar por uma grande confusão hormonal, sente muita fome durante diversos momentos da gravidez, além do desejo de comer comidas calóricas.
É importante orientar esta paciente quanto a importância de realizar a higiene bucal após as refeições, além do acompanhamento de um dentista durante toda a gravidez para garantir um tratamento preventivo para a futura mamãe.
Neste caso, pode ser recomendado que a gestante realize consultas a cada dois ou três meses para realizar profilaxia.
Doenças que afetam a saúde bucal
Alguns distúrbios alimentares e doenças gastrointestinais podem afetam os dentes, como é o caso da bulimia e do refluxo gastroesofágico, que podem causar erosão dental.
O refluxo gastroesofágico é uma doença digestória crônica que afeta crianças e adultos, e ocorre quando o ácido do estômago sobe para o esôfago. Um dos sintomas mais comuns do refluxo é a azia, mas a pessoa que sofre com essa doença também pode apresentar regurgitação, que é chamada de refluxo ácido.
Durante as crises de refluxo ácido, uma pequena quantidade de ácido proveniente do estômago sobe para a boca, podendo danificar o esmalte e a dentina, além de irritar a mucosa do esôfago.
Alguns alimentos e bebidas podem aumentar as chances do paciente desenvolver o refluxo ácido e devem ser evitados caso ele já tenha sido diagnosticado com a doença, como comidas cítricas, tomate, alho, cebola, chocolate, café, além de bebidas e alimentos condimentados ou gordurosos.
Nestes casos pode ser indicado um atendimento multidisciplinar com um nutricionista para que a melhora do paciente seja mais efetiva.
Na odontologia sempre é preciso avaliar caso a caso, mas se o paciente sempre retorna com as mesmas queixas, ou tem problemas bucais causados pela má alimentação, vale a pena indicar que ele consulte uma nutricionista.
O mais importante é orientar o paciente em relação aos cuidados preventivos que ele poderá tomar para evitar ou diminuir os riscos de ter uma doença bucal por origem na alimentação.
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