A odontologia é uma ciência dinâmica e as pesquisas apontam cada vez mais possibilidades, tanto no arsenal de materiais e tecnologias, como no modo de conduzir as intervenções com uma visão conservadora das estruturas do dente, vislumbrando a integralidade do indivíduo e não uma visão segmentada.

O conceito de saúde preconizado pela OMS aponta que saúde não se resume a simplesmente ausência de doença, mas significa bem estar físico, psicológico e emocional. Necessidades de saúde geral não podem mais nos passar desapercebidas nos exames dos nossos pacientes, trazendo à luz outras áreas da saúde que nos agregam informações para a dinâmica interdisciplinar. Na parte diagnóstica, a evolução tecnológica é incessante. Exames de imagem tem mostrado resoluções cada vez melhores e opções com risco biológico reduzido. O profissional pode ter ao alcance da sua mão, no próprio consultório, equipamentos como o scanner intraoral, cuja função vai muito além da moldagem digital e confortável.

Métodos auxiliares para o diagnóstico de lesões de cárie também estão cada vez mais populares e acessíveis aos clínicos, incluindo o próprio scanner, já que alguns modelos contam com infravermelho para essa finalidade. Ainda no âmbito das lesões da doença cárie, temos que levar em consideração as novas diretrizes guiadas pela mínima intervenção. Dessa forma, a prevenção desde o nascimento – ou até mesmo antes, no período pré-natal -, o diagnóstico precoce de possíveis alterações por um acompanhamento adequado, e o tratamento minimamente invasivo – ou o menos invasivo possível, com técnicas e materiais embasados e validados cientificamente – devem andar lado a lado na prática clínica.

A educação em saúde é uma das formas de prevenção e deve ser empregada por todos os profissionais. Em uma época na qual as informações cruzam o mundo em velocidade recorde, os cirurgiões-dentistas devem estar atentos às fake news. Da mesma forma que informações válidas podem ser compartilhadas, informações errôneas a respeito dos cuidados odontológicos e de saúde bucal podem atingir a população em massa. É nossa função garantir que a informação correta seja difundida, para conseguir atingir o entendimento das pessoas que a recebem, e este é o conceito do alfabetismo em saúde. Os odontopediatras se inserem fortemente no contexto de prevenção e educação, pois é esta especialidade que consegue ter contato com a criança e os familiares nos primeiros anos de vida. Ações preventivas e orientações oferecidas neste período repercutem na saúde e qualidade de vida a longo prazo.

A atuação dentro dos primeiros mil dias de vida, período que abrange desde a gestação até o segundo ano de vida da criança, é essencial para o crescimento e desenvolvimento infantil. Existem evidências científicas de que este período é uma janela de oportunidades única, que influenciará o indivíduo ao longo de toda sua vida. A  odontopediatria oferece o diferencial de atuar neste período tão importante – e isto não tem preço. A abordagem precoce e oportuna também tem um olhar individualizado para as especificidades do paciente. O manejo de comportamento é direcionado para cada idade atendida, assim como o ciclo biológico de um dente decíduo deve ser analisado até mesmo para a escolha do material preventivo ou restaurador. Já se foi o tempo das receitas prontas em relação ao que fazer ou exatamente o que utilizar. Cabe hoje o bom senso de cada profissional e sobretudo o conhecimento científico e técnico para executar planejamentos assertivos visando a qualidade e a longevidade das condutas odontológicas. Cabe também entender a capacidade de reversibilidade das situações clínicas, assim como as interações alimentares, sistêmicas, psicológicas e emocionais. Diga-se de passagem, a pandemia nos fez ver que nos afetamos de maneira extremamente ansiosa frente a tudo que nos foi exposto.

Haja placas de bruxismo para tanta gente! Em contrapartida, no meio científico, mais pesquisas para nortear e mostrar que esses dispositivos nem sempre são necessários e nem são a solução do que muita gente só viu em parte. Já que falamos em evidências científicas, está chegando a hora da odontopediatria dar adeus aos motores e brocas, salvo em raríssimas exceções, e ir ao encontro dos dentes sem desgastes artificiais desnecessários, com vida longa e saudável. Mas não foi assim que aprendemos, certo? Mas, meu caro colega, as evidências e os protocolos estão sempre mudando. Nada neste mundo de hoje é igual há 30 anos atrás. E os tempos modernos fazem com que as mudanças ocorram cada vez mais rapidamente. Nossa única opção é acompanhar essa evolução. Poderíamos ficar escrevendo aqui por páginas a fio a respeito de tudo que a odontologia vislumbra e de infinitas possibilidades da odontopediatria.

Mas o que temos que enfatizar é que tudo acontece a partir da observação integral do paciente -olhar, escutar e compreender o que tem por trás de cada boca, atuando de forma efetiva e individualizada. Deixamos a dica da necessidade de estarmos atentos, sobretudo conosco. Estar bem é o princípio de fazer o bem a todos, e de atuar com reciprocidade e alegria em relação a tudo que executamos. No mais, a Odontologia estará sempre em Constante Aprimoramento! Vem com a gente!

Profa. Dra. Mariana de Oliveira Daltoé e Profa. Dra. Paula Regina Ávila

Professoras de pós-graduação e idealizadoras

do projeto OCA – Odontologia em Constante

Aprimoramento.

@_paulaodonto / @mariana.daltoe

@oca.aprimoraodontologia

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